As emoções por trás da perda de foco

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Eu estava na frente do meu novo chefe e pronto para começar uma atividade bem simples: um cartaz de lettering. 

Ela era uma “professora espiritual”, com cursos online de autoajuda e meditação, e queria usá-lo em seu novo vídeo. 

Eu só precisava escrever uma palavra de forma destacada com um piloto colorido. Simples assim. 

Quando comecei a desenhar, fiquei muito animado. Tentei criar uma fonte maior, que pudesse chamar a atenção da câmera, pensava eu, mais facilmente.

Ela olhou para o papel, olhou para mim e perguntou o que, em Cristo, eu estava fazendo. Então expliquei o que você acabou de ler acima. Quanto mais desculpas eu dava, mais estava errado. 

Ela, como especialista em autoconhecimento, iniciou comigo uma sessão utilizando técnicas teatrais para identificar o que haveria de errado em mim que eu não conseguia entender. Segundo ela, a questão era mais profunda.

Separamos duas cadeiras e numa delas ela pediu para eu me ver como criança. Eu disse a ela, ainda durante minha “sessão de desculpas”, que o que eu tentava fazer era usar meu eu criança (como o Id do Freud) para expandir minhas habilidades criativas. 

Para melhorar sua criatividade, você precisa deixar sua criança crescer de modo que você possa voar para construir novas ideias e perspectivas para o presente.

Mas o que ela me pedia não era exatamente uma melhoria para uma ideia e ela ficou visivelmente estressada, sem paciência. Então, ela iniciou a sessão, pedindo que eu me visse em uma versão bem jovem. 

Olhei para aquela cadeira e fiquei impressionado ao me ver sentado nela. Comecei a chorar. Foi uma emoção enorme para mim, ter um encontro comigo mesmo depois de muito, muito, muito tempo.

Então, não houve mais divisão.

Éramos iguais, eu e uma criança. Ela perguntou: Fausto, o que está acontecendo que essa criança está vindo num momento em que o Fausto Adulto precisa trabalhar?

Um Fausto de 7 anos respondeu: Estou me sentindo sozinho. Ele não se importa comigo. Ele me deixa em casa.

“E como você se sente quando ele faz isso?”

"Triste"

“E o que você quer agora? O que você está perdendo dele agora?

Ele respirou, chorando, e disse apenas uma palavra.

"Atenção".

"Ok. Mas Fausto, você nunca está sozinho. Você e Fausto são iguais e ele nunca te deixa sozinho. Ele só precisa trabalhar e muito, muito em breve estará de volta para estar com você e brincar no momento certo. Não é, Fausto?

O adulto não soube responder. Lágrimas caindo continuamente.

“Quero agora que o Fausto saiba que pode sempre contar com o Fausto e dar-lhe tempo para fazer as coisas que precisa de fazer quando adulto. Vocês estão sempre juntos. Ele nunca vai deixar você. Ele te ama muito e você sempre pode contar com ele, não é, Fausto?”

O mesmo. O adulto não conseguia abrir a boca. A criança poderia falar muito melhor do que ele mesmo.

Como ela dizia, meu pequeno Fausto ficou menos triste. Então ele começou a rir. Seus olhos um pouco mais brilhantes e diferentes.

O Fausto mais velho ficou mais quieto. Seus olhos continuavam brilhando as lágrimas de dentro deles.

E a partir dessa sessão, tudo começou a fluir suavemente, como uma folha ao vento.

Este é um resumo com o mais essencial que aconteceu durante uma sessão terapêutica que me trouxe lições de vida.

1. Sua criança interior nunca morre. Ela viver dentro de você para lembrar que a vida é muito mais do que pagar as contas. E quando criança, ela precisa de atenção e sempre de algumas lições de educação. Fique atento aos seus sinais. 

2. A criatividade precisa sim do seu menino, mas tem momentos na sua rotina, principalmente aqueles momentos “chatos”, que você tem que fazer o que tem que ser feito. Se sua versão mais nova for educada « e não for solitária » ela não vai aparecer nas horas erradas.

3. Quais atitudes infantis, imaturas, inadequadas fazem parte do seu comportamento? Você pensa sobre eles e como eles estão te afastando de seus objetivos?

Questione-se sobre as coisas que você pode fazer para dar mais apoio à sua criança interior. Reserve um tempo para brincar consigo mesmo. Não se esqueça das cores da vida.

Sua versão atual (chata) pode pagar as contas direitinho e logo você estará com a garotinho ou garotinha engraçadinha que fica doida para brincar no parquinho no final da tarde.

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