A Good Man is Dead, websérie internacional gravada remotamente no meio da pandemia, traz um grupo de excêntricos em um funeral online. 7 países participaram da produção.
O mais famoso, premiado, amado e idolatrado fotógrafo do mundo, Winston Premiére, acabou de falecer e as circunstâncias da sua morte ainda são incertas, assim como do seu próprio enterro. Para homenagear o artista, um grupo de pessoas foi convidado pelo mais novo serviço de streaming recém-lançado no mercado, o Box225. O programa “Um Tributo para Winston” traz uma série de depoimentos sobre o fotógrafo, como a viúva, a aspirante à professora universitária Simone (Anja Schilles) e sua irmã, a escritora procrastinadora Benjamin (Florencia Rios).
Além delas está Jane (Anavi Ruiz), uma atriz decadente que se diz responsável por levar o nome do fotógrafo ao estrelato; o garçom Dorian, que se autointitula cantor e compositor e com quem Simone viveu um affair no passado; Oscar (Evaldas Knezevicius), um modelo trans que faz sucesso nas redes sociais; o excêntrico e outsider HIM (Marcello Fidelis), alguém que parece viver mais na deep web do que no mundo lá fora; e ainda Laura (Monique Angeli), uma ex-política que denuncia ser vítima de perseguição. O programa de estreia traz Wendy (Valeria Rizzato), a atrapalhada relações-públicas do Hotel Sweet Cats, um dos estabelecimentos por onde o fotógrafo teria passado durante suas andanças.
BASTIDORES
Inteiramente gravada através do Zoom, a websérie é uma coprodução Brasil, Portugal, Itália, Espanha, Lituânia, Irlanda e Alemanha. As gravações tiveram início no meio da pandemia de 2020 e seu processo de criação está sendo documentado através de um Tumblr e do Instagram. Além dos episódios, disponíveis no YouTube, a produção conta com o conteúdo transmidiático da Analitica News, um tabloide sensacionalista que tece críticas ácidas e bem-humoradas à atração e onde o público terá mais detalhes sobre a história e os personagens.
As temporadas da websérie trazem diferentes formas de interação entre os personagens, como na primeira, por monólogos com referências externas diretas e indiretas; na segunda, com diálogos em duplas, e nas seguintes, com diálogos em grupos. Com uma boa dose de humor, A Good Man is Dead é resultado do esforço e do trabalho coletivo de um grupo de artistas separados pela distância física e unidos pela popularização das ferramentas digitais de conferência.
“Quisemos superar as barreiras de proximidade e nos mantermos criativa e artisticamente ativos, apesar das limitações impostas pelo então isolamento de 2020. A websérie usa do nonsense e da comédia pra falar de temas como liberdade de expressão, invasão de privacidade e igualdade de gênero. Embora o ponto de partida e o desenvolvimento do enredo estejam na pandemia, nem sequer este nome é citado. Falamos da pandemia sem dizer que estamos na pandemia”, pontua Fausto Muniz, criador da atração.
“O protagonista de toda websérie é o próprio falecido Winston. Quando eu assisti à versão original de Rebecca, de Hitchcock, eu fiquei fascinado com o mistério e tensão gerados em torno de uma personagem que não estava ali, fisicamente, mas flutuava como um fantasma cada vez que citavam seu nome. A partir desse ponto, os personagens nasceram com biografias muito próprias, apesar da relação entre si. Eles podem existir sem precisar uns dos outros, porque nosso propósito era dar vida a personagens, independentemente do enredo em que eles inserissem”.